A parada naval realizada hoje (22), na Baía de Todos os Santos em comemoração aos 200 anos da chegada da família real ao Brasil, teve início às 9h com a cerimônia do Hino à Bandeira a bordo do navio-veleiro Cisne Branco, atracado no Porto de Salvador. Nele embarcaram diversas autoridades civis e militares, entre elas, o governador Jaques Wagner e o comandante de operações da Marinha, almirante-de-esquadra Aurélio Ribeiro.

É a primeira vez que uma parada naval (cerimônia tradicional das Marinhas de guerra de todo o mundo para datas comemorativas), é realizada em águas baianas. Segundo o almirante Aurélio Ribeiro, uma operação semelhante foi realizada no ano passado, Rio de Janeiro, em comemoração ao nascimento do almirante Tamandaré, patrono da Marinha. “Essa parada não poderia deixar de ser na Bahia, foi um pedido do governador que nós tivemos que atender com muita honra, pois além de oficiais somos também cidadãos brasileiros e temos orgulho da história do nosso país”, afirmou.

Com honras de passagem, 11 navios de guerra da esquadra da Marinha do Brasil, entre eles, um navio desembarque-doca, um navio-tanque, três fragatas, um navio-tanque, um rebocador de alto-mar, um navio-patrulha e três navios-varredores e um balizador, desfilaram em frente ao Cisne Branco, ancorado no Porto da Barra. Todos eles passaram perfilados e com todas as tripulações em postos de continência ao governador que estava a bordo do navio-veleiro.

A parada relembrou a chegada da família real portuguesa a Salvador em 22 de janeiro de 1808 com mais de sete mil trabalhadores entre marinheiros, fuzileiros, carpinteiros e cozinheiros, que povoaram a então Vila de São Salvador. Dom João VI também realizou a abertura dos portos às nações amigas, o que possibilitou o livre comércio entre o Brasil e diversos países e a implantação de indústrias no nosso país. Na época também foram criadas diversas instituições como a primeira Faculdade de Medicina, o Grupamento de Fuzileiros Navais, o Banco do Brasil, a Imprensa Régia, a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas Artes, a Academia Militar, o Jardim Botânico, a Junta de Arsenais do Exército, entre outras.

Para o governador Jaques Wagner, a cerimônia naval representa não só o valor histórico da comemoração, mas o respeito dos oficiais da Marinha do Brasil à história do país. “Eu respeito muito a instituição da Marinha e fico muito satisfeito por nosso pedido ter sido atendido. Além disso, a comemoração histórica também se estende as importantes instituições criadas na época que tanto representam nosso país com as mais diversas atividades”, disse.

A cerimônia foi encerrada com a solenidade simbólica do desembarque da família real no Porto de Salvador, onde a banda do grupamento de Fuzileiros Navais e pelotões das Forças Armadas e da Polícia Militar executaram o Hino Nacional português, o Hino Nacional brasileiro e o Hino do Marinheiro.