Para esclarecer aos questionamentos de artistas baianos sobre os investimentos e o apoio do governo estadual na cultura baiana, o secretário estadual de Cultura, Márcio Meirelles, se reuniu com artistas de vários segmentos e com o sindicato da categoria, nesta terça-feira (7), no Palácio da Aclamação. O manifesto com 15 perguntas foi entregue pela classe artística durante o cortejo 2 de julho.

Segundo o presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões (Sated), Fernando Marinho, a discussão sobre a cultura baiana não deveria ser apenas discutida pelo Governo do Estado, mas também pela Prefeitura de Salvador. Ele explicou que o manifesto não teve intenção de direcionar o assunto para a gestão estadual, sendo mais generalizado. “Notamos que o Estado tem se esforçado para apresentar à classe as ações estaduais para o setor cultural, diferente do município que não está muito preocupado com a discussão. O manifesto não é por causa do Estado, a discussão é mais geral”, afirmou Marinho.

Durante o encontro, o secretário Márcio Meirelles fez um levantamento sobre os investimentos do Governo do Estado na cultura baiana. De acordo com ele, o número de projetos enviados para o Fundo de Cultura saltou de 147 para 1.717 por ano, sendo contemplados 593 projetos somente no ano passado. Anteriormente, cerca de 50 projetos eram beneficiados pelo Fundo.

“A adoção de critérios públicos para seleção de projetos tem sido um dos diferenciais da gestão. A política de fomento hoje adotada é acessível a qualquer proponente. A orientação do governo tem sido trabalhar com todos os municípios no apoio à cultura, independentemente de relações partidárias”.

O secretário explicou que a Secult celebrou com metade das prefeituras baianas protocolos de intenções para adesão ao Sistema Estadual de Cultura. “Uma evidente demonstração de que a cultura tem sido tratada como política de Estado”, complementou.

Em relação aos museus, teatros e cine-teatro, Meirelles explicou que o governo estadual está investindo em reformas e ampliação, além de desenvolver ações para atrair o público. O Cine-Teatro Solar Boa Vista, por exemplo, está em reforma desde o último dia 24 de junho e voltará a funcionar normalmente em setembro. Outro que está com reforma e ampliação prevista é o Espaço Xisto, juntamente com Complexo Cultural Biblioteca Central dos Barris, que conta com investimento de R$3 milhões do Ministério da Cultura.

Para os bailarinos do Teatro Castro Alves, a secult está elaborando um plano de carreira, dando oportunidade aos profissionais de desenvolverem outros tipos de atividades, contribuindo ainda mais para a qualidade das apresentações.

Já os museus têm registrado um expressivo aumento de público, com ampliação de espaços expositivos, de atividades culturais e a dinamização de acervos. Em 2008, o Museu de Arte Moderna da Bahia registrou 210 mil visitantes, contra 80 mil em 2006. A média de público mensal do Centro Cultural Solar Ferrão aumentou, em 2009, de 500 para 3.500 pessoas. O governo apóia também as manutenções de museus e teatros privados, por meio do Fundo de Cultura. São contemplados com o apoio o Museu da Misericórdia, o Teatro Gamboa Nova e o Teatro Popular de Ilhéus.

Entre os oito teatros e museus apoiados pelo Estado, apenas o Museu Carlos Costa Pinto teve o valor de seu convênio reduzido em 2007, atendendo a uma recomendação da Procuradoria Geral, com base em auditoria realizada em 2006 pelo Tribunal de Contas do Estado.

Requalificação do Pelourinho

Outra preocupação dos artistas foi em relação às ações realizadas no Centro Histórico, principalmente no Pelourinho, um dos locais de Salvador mais visitado por turistas. Por meio Escritório de Referência do Centro Antigo, o Governo do Estado está realizando um Plano de Reabilitação que tem como foco a preservação do patrimônio cultural associada à sustentabilidade econômica e social, envolvendo seis secretarias de Estado, além do governo federal, da prefeitura e da sociedade civil organizada, contando para isso com a consultoria da Unesco. De acordo com Meirelles, o Plano será apresentado em outubro, sendo elaborado em um ano, tempo considerado ágil para esse tipo de projeto.

O Escritório de Referência e o IPAC também têm atuado em ações emergenciais para a área, a exemplo da requalificação da iluminação pública, do projeto de urbanização da Rocinha, da captação de recursos para requalificação urbana da Baixa dos Sapateiros e de outras vias de acesso ao Pelourinho.