O fortalecimento do arranjo socioprodutivo do sisal a partir da implantação de um complexo industrial foi abordado entre representantes do Governo do Estado e do Conselho de Desenvolvimento Sustentável do Território do Sisal (Codes Sisal) durante reunião na Secretaria do Planejamento (Seplan). A ideia é fomentar o melhor aproveitamento do sisal, com a fabricação de peletes para uso na indústria automobilística, pranchas de surf, ração animal e bioinseticida, dentre outros usos.

Um dos usos viáveis para o sisal é transformá-lo em ração animal, a partir do resíduo que hoje ainda é descartado no campo. De acordo com o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro, o governo já está mobilizado para fomentar a produção de ração utilizando o sisal.

“Para a fábrica de ração, o investimento será de quase R$ 870 mil, resultado de um convênio entre as secretarias estaduais do Planejamento (Seplan), Agricultura (Seagri) e Integração Regional (Sedir). A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) fará os estudos e a planta da unidade de produção e Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) será responsável por sua construção”, informou o secretário.

Ele disse ainda que o Governo da Bahia está buscando investimentos federais junto aos ministérios do Planejamento e de Desenvolvimento Agrário para contribuir com a dinamização da cadeia produtiva do Sisal. A intenção é conseguir recursos para a construção de uma fábrica de peletes, produto que possui potencial de substituir o plástico nos carros, tornando-os inclusive mais ecológicos, já que o sisal é uma fibra natural.

“Além disso, queremos conversar com grandes empresas para viabilizar pesquisas nas áreas da indústria química e automobilística para novas utilizações do sisal”, enfatizou Pinheiro. Introduzido no Brasil no início do século passado, o sisal é cultivado, atualmente, em 40 municípios baianos nos Territórios de Identidade do Sisal, Bacia do Jacuípe, Piemonte da Diamantina, Irecê, Piemonte do Norte do Paraguaçu e Nordeste 2. Estima-se que mais de 40% da população desses municípios tenham o sisal como sua principal atividade econômica.

Também participaram da reunião, na segunda-feira (8), os secretários estaduais Edmon Lucas (Desenvolvimento e Integração Regional) e Valmir Assunção (Desenvolvimento Social), além de representantes da Seagri, da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (Sicm) e do Conselho de Desenvolvimento Sustentável do Território do Sisal (Codes Sisal).