Foi apresentado na manhã desta terça-feira (27), na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), o resultado da investigação do assassinato do empresário Sílvio Ricardo Andrade Silva, 41 anos. O crime aconteceu em 1º de outubro deste ano, após uma discussão no trânsito. O acusado, policial civil Cléber de Oliveira, 43 anos, preso na última sexta-feira (23), está detido na Corregedoria da Polícia Civil (Correpol), no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.

Exames realizados pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) mostraram que as balas que mataram o empresário são da arma utilizada pelo policial civil. Ele foi preso nas dependências do Fórum Ruy Barbosa, durante audiência na Vara de Violência Doméstica, onde responde por agressão à própria mãe.

“Por meio de um sistema de identificação balística avançado, conseguimos chegar ao acusado. Este foi um laudo muito técnico, que dá 99% de certeza de que a bala saiu da arma que estava com ele, além do depoimento de testemunhas que estavam no local.”, disse o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa. Participaram também da apresentação na SSP, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e do delegado-geral da Polícia Civil, Hélio Jorge da Paixão.

Prisão de grupo de extermínio

Também nesta terça-feira, na sede da SSP, foi destacada a prisão de um grupo de extermínio que agia no bairro de Valéria, em Salvador. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, após ser assaltado, um comerciante contratou três policiais militares que trabalhavam no bairro para sequestrar uma pessoa que ele suspeitava. Os PMs utilizaram viaturas e armas da corporação, sequestraram o rapaz, que morreu em seguida.

“Os dois casos têm em comum a participação de policiais civis e militares. A SSP está empenhada para que as más condutas praticadas por integrantes da segurança pública baiana sejam apuradas e as penas aplicadas. É inaceitável que policiais venham a praticar crimes. Os três PMs estão presos no Batalhão de Choque e o comerciante foi detido”, disse Barbosa.

De 2007 a este ano, 365 policiais foram demitidos por crimes e infrações administrativo-disciplinares. Apenas este ano, foram 76 demissões. “Estamos demonstrando que o sistema de segurança pública não vai aturar crimes de policiais militares ou civis. Vamos combater os delitos sejam quais forem os autores. Estamos cortando a própria carne”, explicou o comandante-geral da PM.

Cadastramento de armas

Até o fim deste ano, todas as armas da SSP devem ser cadastradas ao novo sistema de apuração balística. “Estamos usando uma tecnologia avançada, aplicada apenas em São Paulo e agora aqui na Bahia. Se trata de um sistema de identificação balística com 99,9% de certeza de que arma saiu o projétil. Nossa meta é investir até o fim de 2013 para que todas as armas usadas pelos policiais militares, civis ou do DPT estejam cadastradas e inseridas neste sistema. Com isso vamos apurar com mais rapidez os casos e saber se há participação de policiais ou armas de servidores envolvidos nos crimes”, ressaltou o secretário.

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, a investigação precisa ser técnica e cautelosa. “Nosso trabalho é baseado em provas e vamos continuar prevenindo e atuando contra os crimes. Avaliamos o caso, tanto pelo Disque-Denúncia, como com base em provas periciais e com um duro trabalho de investigação”.