O desequilíbrio entre demanda e oferta de água é o tema central do Fórum de Águas das Américas, que reune, desde domingo (23), governantes e representantes de organizações não governamentais de 37 países das três Américas em Foz do Iguaçu (PR). O governador Jaques Wagner participou da abertura do Fórum, ao lado do governador do Paraná, Roberto Requião, do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, da senadora e ex-ministra Marina Silva e outras autoridades.

Nesta segunda-feira (24) pela manhã Wagner integra um grupo de trabalho dedicado a aprofundar os debates sobre os problemas da América do Sul. Ele defenderá a ampliação do diálogo entre governo e sociedade na gestão dos recursos hídricos como caminho mais seguro para transformar o conceito de desenvolvimento sustentável em realidade.

"Criamos quatro comitês de bacias hidrográficas e temos estimulado o funcionamento dessas instâncias nas várias regiões da Bahia, além do Conselho Estadual de Recursos Hídricos", explica o governador.

Wagner destacou os primeiros resultados do programa Água Para Todos, que em um ano conseguiu beneficiar mais de 1 milhão de baianos com a regularização do fornecimento de água de boa qualidade ou levou o serviço a comunidades que até então dependiam de carros-pipa nos períodos de estiagem prolongada. Ele avalia a importância do evento pelo fato de outros países sul-americanos enfrentarem problemas semelhantes aos da Bahia.

Com 60% de seu território no chamado semi-árido, a Bahia sofre com a falta de água, assim como boa parte da Argentina e do Chile, por exemplo. "As grandes bacias do continente se comunicam, estamos sobre o aquífero Guarani, que tem 3 milhões de quilômetros cúbicos de água sob territórios de vários países, dai a importância de aprofundarmos o diálogo sobre a gestão desses recursos e sobre a formas como eles são usados hoje", resume o governador.

Wagner retornará para Salvador logo mais à tarde, depois dos debates com representantes de governos e organizações de países sul-americanos.