Mulheres ameaçadas por qualquer tipo de agressão pelos maridos, namorados ou companheiros devem denunciá-los à polícia antes de se tornar vítimas de crime, como aconteceu com a assistente social Luciana Brasileiro Lopo, torturada pelo companheiro Adalberto França Araújo Filho, que também tentou assassiná-la na residência do casal, em Vilas do Atlântico. O agressor, que é professor de Educação Física e praticante de luta marcial, foi preso por policiais civis três dias depois do crime.

“Denunciar a violência contra a mulher é sempre a melhor solução”, afirmou a delegada Isabel Alice de Pinho, diretora do Departamento de Crimes Contra a Vida (DCCV), destacando que em 90% dos casos os companheiros são os agressores. No primeiro semestre deste ano, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), instalada no Engenho Velho de Brotas, registrou mais de quatro mil ocorrências.

A Bahia conta com outras 14 delegacias especiais em Periperi e nos municípios de Vitória da Conquista, Feira de Santana, Ilhéus, Camaçari, Porto Seguro, Itabuna, Teixeira de Freitas, Candeias, Alagoinhas, Paulo Afonso, Juazeiro, Jequié e Barreiras.

Essas unidades dispõem de estrutura informatizada para a oferta não apenas dos tradicionais serviços policiais, como registro, apuração e investigação de ocorrências, mas, sobretudo, para acolher e orientar mulheres vítimas de violência intrafamiliar e casais que atravessam conflitos.

Estatísticas

As estatísticas apontam que no Brasil, a cada minuto, quatro mulheres são espancadas e uma, em cada cinco, declara espontaneamente ter sofrido algum tipo de violência. Revelam ainda que em cada grupo de 100 brasileiras, mais de 20 são agredidas dentro de casa. Sete em cada dez dessas vítimas têm como agressor alguém conhecido, especialmente o atual ou ex-namorado, companheiro, noivo ou marido.

Na Bahia, as denúncias podem ser encaminhadas à Central Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (3235-0000). A identidade do denunciante é mantida em sigilo.