Mais de dois mil estudantes da rede de ensino público participarão do projeto Ciranda de Leitura, que Empresa Gráfica da Bahia (Egba) promove na Fazenda Grande do Retiro, bairro onde está instalada. Com atividades escolares e visitas à empresa, onde conhecem o processo de fabricação de um livro, a iniciativa tem como objetivo, incentivar o hábito da leitura nas escolas.

Cento e quinze crianças e pré-adolescentes do Colégio Estadual Dom Avelar Brandão Vilela participaram, até sexta-feira (18), do primeiro momento do projeto. Na Egba, eles aprenderam sobre a origem do papel e do processo de fabricação dos livros, visitando o parque gráfico.

Moradores de localidades do entorno, eles puderam vivenciar ainda a experiência de conhecer melhor uma empresa que eles reconheciam apenas pela fachada, mas não tinham idéia do trabalho desenvolvido dentro dela. E ainda conhecer uma profissão – a de gráfico.

Coordenado por bibliotecárias da Seção de Documentação da Egba, o projeto tem sido bem recebido pelos diretores das escolas públicas como uma oportunidade de atividade fora da sala de aula, estimulante e criativa.

O diretor do Colégio Dom Avelar, Tarcísio Ferreira, ressaltou a importância da iniciativa. “Agora todo dia, eles me perguntam quando voltarão à gráfica”. O diretor geral da Egba, Luiz Gonzaga, acredita na possibilidade de incentivar “o surgimento de novos escritores entre os estudantes”.

Aluno do da 4a série, Ramon Gonzaga disse que gostou de “conhecer as máquinas e como se faz um livro”. Já o colega Wendel Souza não largou o livro distribuído no projeto. “Gosto de ler em casa. Vou para o computador somente quando não tem mais nada para ler”.

Lançado oficialmente na 9ª Bienal do Livro de Salvador, em abril deste ano, o Ciranda de Leitura contemplará ainda estudantes dos colégios estaduais 2 de Julho e Bento Gonçalves. “A leitura pode funcionar como portal de acesso para uma condição humana mais digna. Mas ninguém nasce leitor. Por isso, a importância de iniciativas que estimulem a prática”, destaca a bibliotecária responsável pelo projeto, Patrícia Fernandes.