Portaria do Ministério da Saúde, publicada na edição desta quarta-feira (7) do Diário Oficial da União, habilita o Estado da Bahia na Fase III da implantação do Programa Nacional de Triagem Neonatal. Com a publicação, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) – o Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SNRT) na Bahia – passa a fazer o diagnóstico também da fibrose cística, por meio do teste do pezinho, além dos exames para fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doenças falciformes e outras hemoglobinopatias.

Para ter acesso ao exame, os pais ou responsáveis pelas crianças devem levá-las entre o terceiro e quinto dia de vida a um dos 2.817 postos de coleta do exame do pezinho, espalhados pelos 417 municípios baianos. No estado, são realizados em média 16 mil exames do pezinho por mês. Em 2011, a cobertura da triagem neonatal chegou a 94% das crianças nascidas.

A médica pediatra Maria Rosário Barretto, da área técnica da Saúde da Criança da Secretaria da Saúde do Estado, alerta para a importância de se fazer o teste do pezinho e da inclusão do exame para fibrose cística na triagem. “O diagnóstico precoce faz com que o tratamento se inicie também precocemente. O exame não evita que a doença apareça, mas faz com que sejam evitados maiores problemas causados pela fibrose cística, o que vai refletir na qualidade de vida das pessoas”, disse a médica.

Na Bahia, não se conhece a dimensão exata da incidência da doença, mas no Serviço de Fibrose Cística do Hospital Especializado Octávio Mangabeira existem em atendimento regular 388 pacientes, sendo 280 crianças e adolescentes. A fibrose cística é uma doença genética, de progressão crônica e incurável, que afeta os aparelhos digestivo e respiratório e as glândulas sudoríparas.