Um simulador de última geração, construído numa cabine real de uma aeronave da Embraer, com mais de quatro metros de comprimento e o que há de mais moderno em tecnologia aeronáutica. É nesse equipamento, pousado no pátio do Colégio Central (em Salvador), que os estudantes desfrutam a sensação de voar de verdade.

Promovida pelo Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC), da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, a iniciativa tem como ponto alto o curso de piloto virtual. A parceria entre a secretaria e o projeto Asas do Brasil, segundo o coordenador do CJCC, Iuri Rubim, objetiva aproximar o sedutor mundo da aviação do currículo do aluno da rede estadual. 

O curso tem duração de três meses e acontece durante a semana em turno diferente ao frequentado pelo aluno. O curso é uma forma de mudar a lógica de aprendizado, levando os conteúdos abordados em sala de aula para o ambiente externo, cheio de ludicidade e expectativa pelo inusitado, como é, no caso, a cabine da aeronave, destaca Iuri.

Treinamento avançado 

O diretor e instrutor do projeto Asas do Brasil/FLY Centro Aeronáutico, André Drumond, afirma que a Bahia é pioneira nesse curso. Nosso objetivo é estabelecer uma ponte entre o conhecimento tradicional relacionado à aviação e as matérias da grade escolar dos alunos do ensino médio, mais especificamente matemática, física, química, geografia e história, resultando num suporte ao aprendizado inteligente, divertido e funcional. 

A cabine, de acordo com ele, é uma plataforma de treinamento avançado, que dispõe de instrumentação multifuncional e possui banco de dados com mais de 23 mil aeroportos, com as respectivas cidades e formações geográficas. Este simulador é o único no segmento de transição de aeronave turboélice para jato que está acessível ao público, enfatiza.

Reações diversas 

André explica que os cenários são projetados num telão na frente da cabine de comando, proporcionando a sensação de realismo ao piloto ou ao visitante embarcado. De acordo com o instrutor, os pilotos-estudantes reagem de várias formas à experiência. Tem aluno que fica tão incrédulo durante a simulação de voo que chega à cabine tocando nas peças e cheirando. Outros dão risadas.

Gabriel Mota Sampaio, 15 anos, aluno do 1º ano do ensino médio do Colégio Central, é um dos mais empolgados. Achei incrível. No simulador, a gente tem todo o controle do avião. É como se estivesse numa aeronave voando. Da cabine, a gente ouve as transmissões do rádio da torre do aeroporto, o que cria um clima ainda mais real. Estou muito feliz com essa oportunidade, diz o estudante, que pretende seguir carreira na força aérea para servir a meu país. 

Os colegas Yuri José Santos e Mateus Moreira Andrade, os dois de 15 anos, também desceram da aeronave entusiasmados. A sensação é muito realista. Senti até medo quando o avião deu uma virada pro lado. Achei que fosse cair. A sorte é que o piloto instrutor, que faz o papel de copiloto, está ali para nos socorrer em qualquer emergência, descreve o estudante Yuri. Já Mateus falou sobre suas dificuldades na aterrissagem. Não consegui taxiar (estacionar), fiquei com medo de passar do local indicado e causar um acidente.