Setor sisaleiro baiano quer abrir o mercado europeu

Com o objetivo de ingressar no mercado europeu, empresários do setor sisaleiro da Bahia, participam de 4 a 6 de setembro próximo, na Inglaterra, da Feira National Floor Show (Harrogate). O evento contará com mais de 200 expositores de vários países, reunindo as grandes empresas produtoras de tapetes e artigos para piso, decoração e artesanato.

“Sabemos que a Europa é um continente que tem grande preocupação em consumir produtos ecologicamente corretos. Por isso, entendemos que esta será uma grande oportunidade para os produtores baianos de tapetes de fibra natural fechar negócios e abrirem um grande mercado consumidor”, declara Ricardo Saback, superintendente do Promo-Centro Internacional de Negócios da Bahia, que dá suporte à participação baiana na Feira.

A participação do segmento de sisal na Feira é uma promoção do Sindicato de Fibras Vegetais do Estado da Bahia (Sindifibras), com suporte técnico do Promo, vinculado à Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, no âmbito do Projeto de Sisal da Apex-Agência de Promoção de Exportações do Brasil.

Wilson Andrade, presidente do Sindifibras, explica que Projeto Sisal-Apex tem a preocupação em atender todos os produtos ligados ao sisal e seus derivados. Nesta feira, especificamente, serão contemplados os tapetes e artigos de decoração de sisal. Segundo ele, três empresas do segmento participam do evento. As outras. Do projeto, mandarão amostras e materiais promocionais para o estande, com as despesas pagas.

Uma das empresas será a Associação dos Pequenos Agricultores do Estado da Bahia (APAEB), que, apesar de reconhecida no segmento, nunca participou de uma feira de tapetes na Europa como expositora. “Será a primeira vez e entendemos que esta ação de marketing será essencial para ampliar as nossas vendas internacionais”, declara Luca Allegro, representante de vendas internacionais da Apaeb.

O analista em comércio exterior do Promo e gerente do Projeto Sisal- Apex, Rafael do Prado Ribeiro, acredita que a participação na feira da Inglaterra representa uma excelente oportunidade para promoção de vendas do sisal e para conhecer in loco as necessidades dos clientes ingleses e características específicas dos produtos consumidos neste mercado.

Ele explica que o resultado das ações de promoção comercial visando os novos usos da fibra já vem dando resultados, o Road Show feito na Alemanha em julho de 2007 é um bom exemplo disso. “Já estão sendo enviadas amostras de fibra curta de sisal para a utilização na formação de compósitos”. Ainda este ano serão realizadas duas feiras – Sommet Del’elevage, na França, em outubro, e Agritechnica, na Alemanha, em novembro.

Exportação

“As perspectivas são de crescimento das exportações baianas para a Europa”, afirma Rafael. Segundo ele, as exportações baianas do segmento de sisal e derivados tiveram um aumento de 14% no período de janeiro a julho de 2007 em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de US$ 48 milhões para US$ 55 milhões. O valor médio do produto exportado também aumentou em 9,3%, chegando a US$ 875 por tonelada.

Entre janeiro a julho de 2007, os produtores exportaram 56 mil toneladas de sisal, 10,5% a mais que no mesmo período de 2006. “O crescimento das exportações poderia ter sido ainda maior se não houvesse essa valorização do real frente ao dólar, que vem impactando negativamente na quantidade exportada dos derivados de sisal”, avalia Ricardo Saback, superintendente do Promo.

“Busca-se reverter esta situação de impacto cambial através da busca por novas utilizações do sisal, como na substituição da fibra de vidro pela fibra do sisal nas indústrias automobilísticas e na formação de compósitos para a indústria plástica. Além disso, as fibras vegetais apresentam enorme potencial para substituição de espumas e fibras sintéticas nas indústrias químicas em geral”, declara Saback.

Ele afirma que algumas ações do Governo estadual, através do Promo, e em conjunto com o Sindifibras, já vêm sendo realizadas e visam aumentar o preço médio do produto no mercado internacional, numa tentativa de minimizar os impactos do câmbio desfavorável.

“As ações de promoção comercial do sisal no mercado europeu e as campanhas de marketing em países como Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Espanha são o foco em 2007. A idéia é aumentar a percepção do consumidor em relação a adquirir produtos ecologicamente corretos, naturais”.