A Secretaria Estadual da Educação (SEC) vai realizar mutirões em 50 escolas da capital para reparos em pintura, reboco e jardinagem dos prédios. A idéia é mobilizar a comunidade em força força-tarefa com o objetivo de proporcionar maior bem-estar à comunidade escolar. Para isto, o órgão está destinando recursos na ordem de R$ 560 mil. O trabalho começa neste final de semana nas escolas Alberto Santos Dumont (Pirajá), Assis Chateaubriand e Edson Carneiro (São Caetano) e Márcia Meccia (Mata escura). No sábado (18), serão realizados reparos apenas na estrutura externa, para não prejudicar a reposição de aulas no ensino médio, e, no domingo, nas áreas internas.

Para sanar os problemas de estrutura das escolas de toda a rede seriam necessários, pelo menos, R$12 milhões. No entanto, mesmo com o orçamento deficitário, a secretaria pretende realizar reparos em mil escolas da rede até o final deste ano. Equipes de engenheiros estão visitando as unidades para levantar as necessidades e saber se os diretores têm interesse em mobilizar a comunidade na força-tarefa. Os recursos são limitados em R$5.600 por estabelecimento. “É preciso mobilizar a comunidade para a necessidade de preservar a escola”, avalia o superintendente de Organização e Atendimento da Rede Escolar, José Maria de Abreu.

O problema é que, diante de situação tão delicada, a SEC teve que fazer escolhas. E, num primeiro momento, foram eleitas como prioridade as demandas que colocavam em risco a segurança. O primeiro passo foi liberar recursos para 300 escolas que não apresentavam as instalações em condições de iniciar o ano letivo.

Seguindo a filosofia da prevenção, a Superintendência de Organização e Atendimento da Rede Escolar (Supec) autorizou, antes do período de chuvas, a realização de reparos em muros que apresentavam risco de desabar. Ao todo, foram feitas intervenções em sete escolas da capital e uma em Simões Filho.

Outra demanda crítica é a da rede elétrica. Isso ocorreu porque, muitas vezes, quando a escola foi construída, não se adequou a estrutura física aos equipamentos que seriam instalados nos prédios, como computadores, retro-projetores, ar-condicionado, entre outros.

Herança

Uma rede física sucateada e um déficit de R$16 milhões. Foi esse o cenário encontrado pela nova gestão ao assumir a Secretaria Estadual da Educação (SEC). Das 1753 escolas, todas necessitavam de algum tipo de intervenção, de grande ou pequeno porte. Problemas nas redes hidráulica e elétrica, nos telhados, falta de esquadrias e necessidade de pintura eram somados a outros tantos. Na contramão das necessidades reais, a gestão passada deixou um orçamento de R$3,7 milhões. Apenas para ter uma idéia, em 2004 estes recursos somaram R$19.972.825,00.

Mesmo assim, outras escolas ainda figuram na lista daquelas que apresentam situação emergencial de reforma. “Agora estamos priorizando a recuperação de telhados, rede elétrica e rede hidráulica”, informou o diretor da rede física, Antônio Mário Rodrigues. Além dos parcos recursos, a depredação por parte da comunidade escolar é grande. Mesmo com as tentativas de implementar nas escolas a cultura da prevenção e manutenção, o sucesso na empreitada ainda é restrito a uma minoria. “É preciso que seja feito um grande trabalho de conscientização de professores e alunos, no intuito de que eles sejam co-participantes nesse processo”, explicou Rodrigues.

Apesar de tantos percalços, a SEC conseguiu,, entre janeiro e junho, concluir as obras de construção de 11 escolas, oito foram ampliadas e outras sete em construção estão previstas para serem finalizadas este mês. A cada reforma, elas são readequadas para atender aos portadores de necessidades especiais, eliminando as barreiras arquitetônicas. Outra preocupação é em atender ao novo padrão mínimo de exigência para funcionamento das unidades escolares, que precisam de quadra de esportes, salas de vídeo e leitura e laboratórios de ciências e informática.