José Renato Domiciano dos Santos conhecido como Corcoran e envolvido no assassinato do prefeito do município de Aurelino Leal, Gilberto Ramos de Andrade, foi apresentado, na manhã de hoje (16), na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Ele foi preso às 6 horas de ontem, em uma fazenda de Vila Bogó, localidade do município de Mascote.

José Renato confessou ter sido o motorista do veículo Corsa que no dia 8 de maio conduzia Israel Santos Torres, morto em junho durante troca de tiros com a polícia e responsável pelos cinco disparos que mataram Gilberto.

Segundo José Renato, os motivos do crime são políticos e financeiros e os mandantes são o atual prefeito Geovani Gagliano, que na ocasião era o vice-prefeito de Aurelino Leal, e o ex-prefeito José Augusto Neto, que também já está preso. O acusado disse ainda que ele e Israel receberiam R$ 25 mil cada um pelo crime. “Eu fui contratado para dirigir durante um assalto e receberia R$ 5 mil. Eu não sabia que seria assassinato, por isso, me prometeram mais R$ 20 mil depois”, afirmou.

Segundo o coordenador regional da Polícia Civil em Ilhéus, André Viana, José Renato revelou que Geovani, ao assumir a prefeitura, iria ainda orientar a quadrilha com informações privilegiadas para realizarem assaltos aos cofres públicos e o dinheiro seria dividido entre todos os envolvidos. “Já havia dois serviços previstos, um de R$ 120 mil e outro de R$ 80 mil”, informou.

Viana contou que as investigações partiram de uma peça de carro encontrada no local do assassinato. “Descobrimos, pelo número de série, onde a peça foi comprada e chegamos a uma oficina onde estava o Corsa que havia sido usado para cometer o crime. Então, descobrimos quem eram os assassinos”, relatou.

Viana disse que ao todo são cinco pessoas envolvidas no homicídio. Além do autor dos disparos, Israel, e de Geovani e José Augusto, mandantes, Leonardo Ramos Costa também está preso, acusado de ser o articulador entre os criminosos e os mentores. “Agora, só falta o atual prefeito, que tem foro privilegiado e sua prisão precisa ser decretada pelo Tribunal de Justiça”, afirmou.