Representantes das Polícias Civil, Militar e do Ministério Público Estadual (MP) se reuniram, hoje (27), na sede do MP, para discutir a continuação da operação realizada para coibir o jogo-do-bicho na Bahia. O trabalho agora vai se concentrar nas bancas de bairro e no combate aos apontadores, como são chamados os funcionários volantes. Todos os funcionários e gerentes identificados serão presos.
A operação iniciada no último dia 17, resultou na apreensão de mais de R$ 2 milhões, no fechamento de 33 estabelecimentos e 4.500 bancas de apostas. Em paralelo, foram recolhidas 600 máquinas de caça-níqueis e 2,5 toneladas de moedas. A intervenção foi organizada a partir de um levantamento feito pelo MP estadual, federal e polícia civil. De acordo com o procurador geral, os dirigentes da organização do jogo-do-bicho já foram identificados e serão encaminhados à justiça.
“O jogo é uma atividade que arrecada milhões por dia e não dá nenhuma contrapartida ao Estado, como pro exemplo o recolhimento de impostos. Há duas saídas, ou ele é regularizado ou volta à clandestinidade”, disse Lidivaldo Brito. O procurador acrescentou que há um equivoco dos órgãos da prefeitura que concederam alvará de funcionamento aos estabelecimentos de jogos já que esses são contravenções.
De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil, João Laranjeira, a operação está sendo realizada em todo o interior do estado. “Aqui em Salvador vamos fazer um ajuste para pulverizar a operação por toda a cidade. Já fechamos os grandes estabelecimentos centrais e agora partiremos para os bairros”, afirmou.
A promotora Isabel Adelaide, que fez o requerimento da operação, afirmou que, apesar de estar tipificado como contravenção, o jogo-do-bicho estava sendo realizado abertamente nas ruas da cidade. “Não podemos usar dois pesos e duas medidas. Se estamos combatendo os bingos e caça-níqueis temos que combater o jogo-do-bicho que é também uma contravenção”, afirmou.
Em diversos estados brasileiros, as grandes bancas de jogo-do-bicho são usadas para acobertar delitos como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e armas, corrupção e evasão de divisas.