Agentes Comunitários Apícolas estão sendo capacitados para atuar no estado, orientando e prestando assistência técnica aos apicultores familiares de comunidades, associações e demais grupos representativos, que desenvolvam ou que tenham interesse pela atividade na região sisaleira.

O treinamento integra o programa intensivo de profissionalização, oferecido pela EBDA, autarquia da Secretaria da Agricultura (Seagri), e está sendo realizado no seu Centro de Profissionalização de Apicultores e Floricultores (Centreapis), localizado no município de Amélia Rodrigues, a 87 quilômetros de Salvador. O centro é vinculado à Gerência Regional de Feira de Santana.

“A nossa intenção é, por meio de um treinamento intenso de toda a cadeia produtiva do mel, preparar os agentes comunitários apícolas para desenvolverem suas atividades a contento e, assim, obterem mais uma alternativa de renda”, enfatizou o diretor executivo da EBDA, Osvaldo Sant`Anna.

A capacitação, que já está na segunda das três fases propostas, começou em setembro e prossegue até o mês de novembro, beneficiando aproximadamente 16 jovens agentes de 20 municípios do Território do Sisal, com aprendizagens sobre apicultura básica.

Os temas abordados são referentes à família das abelhas com ferrão, indumentárias de proteção e noções de manejo da colméia. Os multiplicadores estão conhecendo também o manejo avançado da cultura, com aulas práticas e teóricas sobre identificação das castas e suas funções na família das abelhas, além de adquirir conhecimento dos diversos níveis de segurança na atividade apícola.

Outros assuntos estão em estudo como o controle dos inimigos naturais das abelhas, visando o equilíbrio no ecossistema, técnicas de colheita do mel, processamento e beneficiamento do produto, comparando o material da colméia nos padrões ideais.

As aulas da segunda fase terminaram na quinta-feira (9). Na terceira fase, com início em novembro, a Produção, beneficiamento e utilização de cera de abelhas será o tema de encerramento do círculo de conhecimentos essenciais para o desenvolvimento da atividade pelos agentes comunitários.

Aprendizado

“A partir deste curso, posso dizer que sou apicultor. Antes, eu apenas sabia algumas coisas que aprendi com outras pessoas. Agora tenho conhecimento para produzir de forma certa”, comentou o agente comunitário, em Tucano, e apicultor há quatro anos, Gabriel Sanches da Silva.

Já o agente Antônio José de Oliveira, que atende aos municípios de Serrinha e Barrocas, e que nunca teve contato com a atividade, falou que o curso tem sido uma verdadeira faculdade para ele.

“A forma como têm sido ministrados os cursos, os conteúdos e as práticas estão me preparando não só para repassar o que estou aprendendo, mas têm me motivado para também fazer o meu próprio apiário”, disse.

Os agentes comunitários, após o curso, vão realizar um diagnóstico da apicultura de cada região, identificar as necessidades/dificuldades dos apicultores, utilizando a metodologia participativa, e definir as ações que atendam às demandas detectadas.

Na região de Tucano, por exemplo, Gabriel Sanches já identificou a falta de certificação do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e do Serviço de Inspeção Federal (SIF), para a casa-do-mel, o que impede a comercialização legal do produto. “Apenas com o SIE, o apicultor já poderá vender seu produto, dentro do estado, de forma segura. Vou me empenhar nisso”, comentou Sanches.

Segundo dados do coordenador Edmilson Bezerra, mais de 2 mil pessoas, entre agricultores familiares, produtores, profissionais liberais e donas de casa, já passaram pelo Centreapis, em cursos de capacitação de apicultura e floricultura.