A Orquestra Juvenil da Bahia (Youth Orchestra of Bahia – Yoba), fruto do “Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia” (Neojibá), será a primeira orquestra jovem do Brasil a se apresentar em duas das mais importantes salas de espetáculo da Europa: Queen Elizabeth Hall, em Londres (Inglaterra), e Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa (Portugal), respectivamente nos dias 7 e 9 deste mês.

No retorno ao Brasil, ainda em julho, os 100 integrantes do grupo, com idades entre 12 e 25 anos, fazem a primeira turnê no Sudeste, em Belo Horizonte (13) e São Paulo (17), além de se apresentarem pela segunda vez no Festival Internacional de Inverno de Campos de Jordão (18).

A Orquestra Juvenil da Bahia é composta pelos melhores integrantes das orquestras do Neojibá, um programa do Governo da Bahia inspirado e apoiado pelo “El Sistema”, da Venezuela. O programa foi criado em 2007 e já conta com duas orquestras (a Juvenil 2 de Julho e a Castro Alves), com mais de 80 apresentações em vários estados brasileiros.

Com um repertório de músicas sinfônicas das Américas, a Orquestra Juvenil vai à Europa a convite do Southbank Centre, como parte do Festival Brazil, que tem a Yoba como única representante da música clássica brasileira. A ida a Londres marca o início da parceria entre o Neojibá e a National Youth Orchestra of Great Britain (NYO): dez músicos da Yoba integrarão a NYO no encerramento de um festival em homenagem ao compositor americano Leonard Bernstein e dez músicos da NYO participarão das apresentações da Yoba na Europa e no Brasil.

Em Lisboa, o local do concerto não poderia ser mais emblemático: o Grande Auditório do Centro Cultural de Belém fica em frente ao Marco dos Descobridores, local de onde partiram as caravelas rumo ao Brasil.

Segundo o maestro Ricardo Castro, diretor e fundador do Neojibá, “os convites para as apresentações na Europa são um reflexo do reconhecimento do nosso trabalho e do alto grau de excelência alcançado por estes jovens músicos em menos de três anos”.

Acesso a música clássica como política pública

O Neojibá tem por objetivo alcançar a excelência e a integração social por meio da prática coletiva da música. Na primeira fase de implantação do projeto, os integrantes, que já possuíam iniciação na área musical, receberam formação pedagógica específica para atuarem como monitores. Como continuidade do projeto, estes monitores ensinam novos integrantes e participam da criação de novos núcleos em diversos municípios do interior da Bahia e em bairros periféricos de Salvador.

O mais importante diferencial entre o Neojibá e a maioria das outras iniciativas de arte-educação no Brasil é sua função de real integração social, estimulando o convívio entre crianças e jovens de vários segmentos da sociedade. Segundo Ricardo Castro, os jovens pioneiros, integrantes das orquestras formadas pelo Neojibá, têm o longo caminho profissionalizante do programa pela frente.

Acompanhe a viagem da Orquestra Juvenil da Bahia pelo site do Neojibá.