Considerado o maior e mais bem aparelhado centro cultural público de livros do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador (CHS), a Biblioteca Manoel Querino, do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), completa sua requalificação neste final de ano, inclusive banners de 1,5 metro de altura com impressões de ‘ex-líbris’.

Ex-líbris, segundo a bibliotecária do órgão Sheila Ventura, são desenhos ou gravuras que donos de livros colam nas contracapas demonstrando posse, profissão, gostos ou ideário. O uso deles visa despertar nos leitores mais cuidado com os livros e orgulho pela biblioteca que frequentam.

Criada em 1972, por cerca de 30 anos sem local adequado para acesso público, a biblioteca do Ipac, a partir de 2008, foi instalada no andar térreo do Solar Ferrão, prédio do século 17 administrado pelo Ipac, no Pelourinho, e recebeu obras e equipamentos para melhor atender aos usuários.

Digitalização
Segundo Sheila, foram feitas reforma física, recuperação do sistema elétrico, ampliação e climatização de espaços, aquisição de estantes, mesas, cadeiras e computadores com internet livre, além da implantação de atividades permanentes e instalação dos banners que finalizam a requalificação.

Criados pela designer Maria Helena Pereira da Silva, com imagens retiradas do livro de Plínio Martins, os banners exibem ex-líbris de Anísio Mota, de Cecília Meirelles, além do poeta piauiense Antônio da Costa e Silva, Correia Dias, entre outros. “O ex-líbris faz com que a biblioteca tenha em exibição mais informações ligadas à literatura e à história de livros”, comenta Maria Helena.

Desde 2008 a biblioteca do Ipac recebe nova catalogação e digitalização do acervo. Em 2009, o órgão recebeu doação do Liceu de Artes e Ofícios, fazendo com que seu acervo chegasse a 13 mil livros e 300 títulos de periódicos, além de recortes de jornais e monografias.

A requalificação incluiu nova sala de leitura, pesquisa e adequação para obras raras, além de limpeza, higienização e restauração de livros. O acervo do Ipac é especializado em história da Bahia, antropologia, arquitetura, urbanismo, arte, artesanato e sociologia, além de livros antigos e raros.

Entre as raridades se destacam a Memória do Estado da Bahia, de Vicente Vianna, editado em 1893, e documentos do século 18. A biblioteca fica aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 20h, e aos sábados das 9h às 12h. Outras informações podem ser fornecidas pelo telefone (71) 3117-6384 ou pelo endereço eletrônico biblioteca.ipac@ipac.ba.gov.br.