No mês de janeiro deste ano, a Bahia contabilizou um saldo positivo de 7.438 empregos com carteira de trabalho assinada, o maior encontrado entre os estados nordestinos. O resultado foi obtido pela diferença entre a movimentação mensal de 65.664 trabalhadores admitidos e 58.226 desligados.

A abertura de postos com carteira ocorreu de forma mais expressiva nos setores de serviços (2.852 empregos) e agropecuária (1.801 empregos), seguidos da indústria de transformação (995 empregos), construção civil (820 empregos), comércio (671 empregos), serviços industriais de utilidade pública (204 empregos) e a extrativa mineral (124 empregos). Apenas o setor da administração pública apresentou resultado negativo no mês (-29 vagas).

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan).

“Esse resultado expressa a qualidade do crescimento da economia baiana, com números positivos em sete dos oito setores pesquisados e já representando mais de 6% do total de empregos formais gerados em 2010”, avalia o secretário do Planejamento, Zezéu Ribeiro.

O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, diz que acolhe os dados com “satisfação” porque eram previstos. “Estamos trabalhando para gerar 70 mil novos empregos. O ritmo de crescimento do País não é o mesmo e a desaceleração acontecerá com as medidas do governo federal, que têm impacto no mercado de trabalho".

Na comparação com os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal, a Bahia obteve o oitavo saldo de empregos em janeiro, atrás de São Paulo (54.346 vagas), Rio Grande do Sul (17.232), Santa Catarina (16.889), Paraná (14.954), Minas Gerais (13.846), Goiás (13.025) e Mato Grosso (7.837).

O atual saldo foi menor do que o contabilizado em janeiro de 2010 (14.424 vagas) e maior que o saldo verificado no mês imediatamente anterior, dezembro (-17.303 vagas). “O saldo de empregos gerados no mês de janeiro, embora positivo, está abaixo do número de novos empregos gerados em janeiro de 2010. Tal resultado está em sintonia com a expectativa de crescimento da SEI para a economia baiana este ano. Entretanto, num patamar inferior à taxa de crescimento de 2010. Considera-se o fato de que 2011 será um ano de ajustes e de correções de algumas disfunções no quadro macroeconômico, em nível nacional, com repercussões no estado”, explica o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis.

“Cabe ressaltar que este resultado, em termos absolutos, foi o terceiro melhor de toda a série histórica do Caged para o mês de janeiro, sendo superado apenas pelos ocorridos em 2010, com 14.424 vagas, e 2004, com 9.206 vagas”, compara a diretora de Pesquisas da SEI, Thaiz Braga.

Municípios do interior responderam por 60% das vagas

Do ponto de vista intraestadual, no mês de janeiro deste ano, as vagas celetistas foram majoritariamente criadas no interior do estado, que registrou um saldo de 4.475 empregos, o que equivale a 60,16% do total estadual. A Região Metropolitana de Salvador gerou 2.963 postos de trabalho com carteira assinada, representando 39,84% do saldo de empregos baiano.

Considerando os municípios com mais de 30 mil habitantes, na RMS, Salvador (1.406 vagas), Camaçari (534), Simões Filho (358), Lauro de Freitas (292) e Mata de São João (215) foram os maiores geradores de postos de trabalho. No grupo dos municípios do interior do estado, destacaram-se Barreiras (438 vagas), Eunápolis e Feira de Santana (333), Rio Real (249) e Brumado (231).

Candeias (-37 vagas) foi o único município metropolitano entre aqueles que apresentaram os menores resultados de saldos em janeiro. No interior, os desempenhos mais negativos na geração de postos celetistas ficaram por conta de Juazeiro (-296 vagas), Vitória da Conquista (-250), Itapetinga (-223) e Casa Nova (-203).

Publicada às 14h05
Atualizada às 19h