A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) prestará uma homenagem à cultura sertaneja nesta quarta-feira (31), às 18h, no Palácio Rio Branco, Praça Municipal, Centro Histórico de Salvador, durante o encontro “Manifestos pelo Espaço Cultural do Sertão – Tropeirismo na Bahia”.

O evento, promovido pela Fundação Pedro Calmon e o Centro de Cultura Populares e Identitárias, colocará em debate a importância cultural dos tropeiros e a sua participação na circulação de mercadores, riquezas, conhecimento e tradições culturais.

Integra a programação, gratuita, a abertura de uma exposição sobre os Encourados de Pedrão, exibição de vídeos, conferências com historiadores e especialistas, e um show do maestro, compositor e instrumentista, João Omar, filho de Elomar, um dos mais importantes músicos brasileiros.

Cultura do Sertão 

Para abordar a importância das tradições culturais do sertão da Bahia, uma mesa reunirá o historiador Ubiratan Castro de Araújo, diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, o antropólogo Washington Queiroz, pesquisador e defensor da cultura do Sertão Bahia, e a cantora, compositora e historiadora Jurema Paes, Doutora em História das Culturas, pela PUC-SP.

A artista é pesquisadora do tema do ‘tropeirismo’ e defendeu, em 2001, a dissertação de mestrado em História Social pela Universidade Federal da Bahia intitulada “As tropas e tropeiros no alto sertão baiano, século XIX”. A atração cultural convidada será o maestro, compositor, arranjador e instrumentista, João Omar, natural de Vitória da Conquista.

Contemplado pelo Prêmio Sharp 1998, como melhor arranjador na categoria regional, João Omar desenvolve um estilo que busca a afirmação da cultura brasileira e da identidade sertaneja, mesclando o regional e o erudito, inspirado em elementos da cultura popular.

Documentário 

Durante o evento, será exibido o documentário “O Sertão que o coração vê (2010)” realizado por Miguel Telles e o historiador Manoel Neto. São 20 minutos que narram a história de João Boró, digno representante da tradição dos vaqueiros. Profissional afamado, reconhecido como excelente laçador, João Boró, teve que abandonar a lida com o gado ainda cedo. Os graves acidentes de trabalho ocorridos em épocas distintas em pegas de boi, retiraram-lhe a visão por completo.

O público também poderá conferir a exposição “Encourados de Pedrão”, com fotografias e objetos tridimensionais, pertencentes ao acervo do fotógrafo e cineasta Miguel Telles. Nesta exposição, o artista retrata a história dos vaqueiros do município de Pedrão, localizado no Litoral Norte do Estado, além de destacar a importância do local no processo de independência do Brasil na Bahia. Um grupo de vaqueiros do município de Pedrão já confirmou presença ao Manifestos pelo Espaço Cultural do Sertão – Tropeirismo na Bahia, com seus trajes típicos e seus cavalos.