A integração entre grandes produtores do oeste da Bahia e as 252 famílias de agricultores familiares pretende transformar a realidade do Assentamento Rio de Ondas, no município de Luís Eduardo Magalhães, tornando-o referência no estado e no Brasil. A família Marçal assumiu o compromisso de preparar uma área de uso comum de 500 hectares para o plantio, e a prefeitura local, em convênio com a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), implantará um projeto de viabilização produtiva, envolvendo mais 504 hectares, sendo dois por produtor.

“Em um ano vamos colher muito mais do que nos 15 anos de história do assentamento”, disse o prefeito Humberto Santa Cruz. As cadeias produtivas do leite e da aquicultura, que estão entre as sete selecionadas e inclusas no Programa Vida Melhor, lançado há menos de dois meses pelo Governo do Estado, serão enfatizadas no projeto do Assentamento Rio de Ondas.

Atualmente, o assentamento produz suínos, leite, sementes de capim, pecuária de corte e um pouco de milho e, para subsistência, mandioca, feijão de corda e hortaliças. A partir dessa parceria, os agricultores familiares cultivarão também soja e frutas, além de uma área experimental de café irrigado. O projeto prevê também a produção de peixes, que serão adquiridos pelo frigorífico Agronor, e de frangos em integração com a Avícola Mauricea.

A implantação do projeto foi um dos temas da reunião realizada na Secretaria da Agricultura (Seagri) com a participação do secretário Eduardo Salles, o prefeito e equipe da área, o secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Welliton Santos, a presidente da Cooperativa do Assentamento Rio de Ondas, Liamar Cantoflante, e os representantes das associações das Agrovilas I, II, III e IV.

Referencial

Eduardo Salles disse que a iniciativa é muito importante e deve transformar o Assentamento Rio de Ondas em referencial para o estado. Informou que o governo está finalizando um programa estadual do leite, visando alcançar a autossuficiência, e que a cadeia do leite está incluída no programa Vida Melhor. “O programa selecionará 18 mil famílias, dando prioridade aos assentamentos que tenham vocação para a pecuária leiteira. Vamos entrar com os projetos Gera Leite e Balde Cheio, colocando tanques de resfriamento aonde for necessário e fomentando a implantação de laticínios onde não existir”.

O Programa Estadual do Leite faz parte do programa Vida Melhor, envolvendo várias secretarias estaduais, a exemplo da Seagri, a de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), a de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir) e a de Infraestrutura (Seinfra), coordenadas pela Casa Civil, que atuarão em conjunto para alcançar a autossufiência na produção do leite.