‘A poesia não pede passagem’ e faz suas rimas nas históricas ruas de Cachoeira, município do Recôncavo baiano, até o dia 22 deste mês. A cada esquina, o verso se descortina a olhos nus, estampando postes, carrinhos de pipoca e picolé, bares e casas com os escritos do poeta Damário DaCruz. Natural de Salvador, mas filho legítimo de Cachoeira, condecorado com o Título de Cidadão Cachoeirano em 2005, ele empresta seus poemas aos passantes e transeuntes, “poetizando” o dia a dia da cidade com uma exposição inédita.

São mais de 30 poemas com temáticas ligadas ao tempo, à natureza, às relações humanas, ao amor… Enfim, à vida. E todos à disposição do público, em uma mostra a céu aberto, com placas de poesia por toda Cachoeira. A exposição ‘A poesia não pede passagem’ é uma produção da Baluart, financiada pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), com curadoria de Graça Cruz.

Em paralelo, acontecem ainda projeções de vídeo-poesia e curtas sobre poetas brasileiros – como Manuel de Barros e Fernando Sabino – desta quinta-feira a sábado (8 a 10), no espaço Pouso da Palavra, fundado por Damário. Na quinta, também tem show gratuito com o Samba da G.I.A, a partir das 22h.

O poeta 

Também jornalista, escritor, publicitário e fotógrafo, Damário DaCruz conquistou seu primeiro prêmio aos 16 anos, na Semana do Livro Baiano, e aos 23, o prêmio nacional Convívio de Poesia. Foi considerado o melhor poeta brasileiro universitário na década de 70 e suas obras estampam muros em diversos países da América Latina. Falecido em 2010, deixou de legado 500 poemas, mais de 30 posters- poemas e três livros publicados, resultado de 40 anos dedicados a traduzir o mundo em rimas e versos.