O Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), realizou no domingo (15) em Itapé, no sul da Bahia, a audiência pública para a apresentação do Relatório de Impacto Ambiental da barragem do Rio Colônia, obra do Governo do Estado que terá investimentos de R$ 68 milhões. A audiência contou com a presença de dirigentes das secretarias estaduais de Desenvolvimento Urbano (Sedur), de Relações Institucionais, de Meio Ambiente (Sema) e da Companhia de Engenharia Rural da Bahia e teve a participação de diversos segmentos da comunidade regional.

A barragem do Rio Colônia ocupará uma área de 1.621 hectares, com altura de 19 metros e capacidade para armazenar 62 milhões de metros cúbicos de água, o que vai garantir uma vazão de 1.400 litros por segundo.

Porto Sul 

Além de garantir o abastecimento de água a Itabuna, Itapé e Ibicaraí pelos próximos 50 anos, a barragem também poderá abastecer os empreendimentos atraídos pelo Porto Sul, permitindo ainda a manutenção regular da vazão dos rios Colônia, Salgado e Cachoeira durante todo o ano.

De acordo com o superintendente de Saneamento da Sedur, Renavan Sobrinho, “com a concessão da licença ambiental, a previsão é que as obras sejam iniciadas até dezembro de 2012 e concluída em 12 meses, para que se possa iniciar a captação pelos municípios”.

Hosana Gaspar, coordenadora de Qualidade do Inema, que dirigiu a audiência pública, destacou “a transparência do processo, permitindo que a comunidade possa tirar duvidas sobre os impactos sócio-ambientais a barragem”.

Abastecimento e atração de empresas

Para o deputado federal Geraldo Simões, que participou da audiência pública, “a ampliação do sistema de abastecimento de água é fundamental não apenas para atender a população, mas estimular a atração de novas empresas, que se instalarão na região, a partir de investimentos importantes do governo federal e do Governo da Bahia, como o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste, a base de distribuição de gás natural e a Universidade Federal do Sul da Bahia”.

O comerciário João Paulo Oliveira, morador do bairro Pedro Jerônimo, na periferia de Itabuna, entende que “a barragem vai acabar com o drama da falta d´água e principalmente permitir a instalação de empresas que gerem emprego para a nossa juventude”.

Para a professora Vileide Pacheco Lopes, de Itabuna, o importante é que o projeto, que tem impactos ambientais e sociais, está sendo amplamente debatido com a comunidade. “Os benefícios da barragem são inquestionáveis, porque abastecimento de água significa qualidade de vida”.

A área desapropriada para a construção da Barragem do Rio Colônia é composta majoritariamente de áreas de pastagem, com mata apenas nas áreas mais altas, que não serão impactadas pela obra. Mesmo após a audiência, as informações do Estudo do Impacto ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) continuam disponíveis para a população em prefeituras, câmaras de vereadores, escolas e bibliotecas das cidades envolvidas na obra.