O Selo da Agricultura Familiar, criado pela Secretaria da Agricultura (Seagri), com reconhecimento estadual e aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), pode ter agora a chancela do Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro).

A Bahia possui o maior contingente desse setor no Brasil, com 665.831 empreendimentos familiares, o que corresponde a 87% dos estabelecimentos agropecuários do estado, 15% de toda a agricultura familiar do país, e é responsável por 11% do PIB baiano. Cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa do consumidor são oriundos desse segmento.

A certificação pelo Ibametro do Selo da Agricultura Familiar vai também agregar valor ao Certificado de Responsabilidade Social, que hoje é conferido aos hotéis e restaurantes que compram pelo menos R$ 6 mil/ano de produtos da agricultura familiar.

Esta foi uma das medidas acordadas entre a Seagri e o Ibametro, em reunião realizada no gabinete da secretaria, com a participação dos órgãos vinculados. O secretário Eduardo Salles e o diretor-geral do Ibametro, Eduardo Sampaio, discutiram os reflexos importantes desta ação para a agropecuária. E decidiram ainda a execução de projetos-piloto de certificação do sisal, do café e da fruticultura.

Desta segunda-feira (23) a 27 deste mês, fruto dessa parceria e com a participação da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (Embrapa), a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e o Ibametro realizam em Ilhéus o Seminário de Produção Integrada das Anonáceas (pinha e graviola).

“A certificação de produtos da agropecuária baiana por um órgão idôneo e de reconhecimento internacional como o Ibametro trará um importante diferencial para a Bahia, dando segurança ao consumidor, que estará adquirindo alimentos agropecuários produzidos através de processos corretos, sem ferir a legislação”, disse Salles.

Benefícios para o setor

Além disso, como destacou o diretor-geral do Ibametro, a certificação pode propiciar concorrência justa, estimular a melhoria continuada dos produtos, informar e proteger o consumidor, facilitar o comércio exterior e incrementar as exportações, além de fortalecer o mercado interno, aprimorar os processos de gestão e agregar valor às marcas.

De acordo com o secretário da Agricultura, serão iniciadas as certificações com os núcleos que têm aptidão “e depois expandir para outros segmentos”. Entre os núcleos pensados, inicialmente, está o café da Chapada Diamantina, vencedor de concursos nacionais, além da fruticultura e do sisal.