“Quero garantir a sobrevivência das futuras gerações”. É com este pensamento que o agricultor Deosdete Campos de Sousa, 57 anos, participa da ação do Projeto GEF Mata Branca – Recuperação de Nascentes e Áreas Degradadas.

Do viveiro construído na frente de casa, na Fazenda Tanquinho de Capoeira, comunidade de Capoeiras, são retiradas diariamente diversas mudas de plantas nativas da caatinga, como sabiá, buranhé, são-joão e mulungu. De lá, o agricultor leva para plantar em seis nascentes da região.

E é com orgulho que Deosdete planta cada muda. “Acredito que a seca que está assolando a Bahia é por causa de tanto desmatamento. Se todos criassem a consciência de que temos que ajudar a salvar o meio ambiente, a gente ia viver melhor. Cada vez que planto uma mudinha, penso que estou ajudando o futuro dos meus filhos e netos”.

A ação do Mata Branca visa promover a recuperação de nascentes e matas ciliares das áreas degradadas e a preservação de áreas remanescentes ou pouco impactadas e difundir práticas de conservação e de manejo sustentável do Bioma Caatinga de Itatim.

A comunidade de Capoeiras fica na região serrana do município. Sua população é formada basicamente por pequenos agricultores familiares, que sobrevivem basicamente do plantio de milho e feijão, além da criação de pequenos animais e da prática do artesanato de palha para confecção de chapéus, esteiras, sacolas, entre outros produtos.

De acordo com o coordenador do projeto, Cássio Biscarde, a localidade onde a ação foi implantada dispõe de vegetação arbórea densa de caatinga que está sendo devastada e degradada pela ação do homem. “Essa devastação decorre da necessidade que os produtores têm de preparar áreas para pastagem. A ação de desmatamento vem contribuindo para o desequilíbrio do meio ambiente local e provocando o desaparecimento de antigas nascentes e riachos pelo surgimento de fortes erosões nas suas margens. Desse modo, não há como armazenar água até a próxima temporada de chuvas”.