Um grupo formado por beneficiários do projeto Mata Branca, implementado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), esteve reunido nesta quarta (16) e quinta-feira (17) para apresentar os resultados do trabalho realizado ao longo dos seis anos de execução do projeto nos municípios de Itatim, Curaçá, Contendas do Sincorá e Jeremoabo.

O encontro de disseminação aconteceu no Hotel Sol Bahia, em Patamares, e teve como objetivo apresentar os resultados obtidos a partir de uma nova metodologia de trabalho, com enfoque no aumento do capital social e humano, através de ações nas áreas de associativismo, cidadania, empoderamento comunitário, produção e beneficiamento de produtos e fortalecimento de infraestrutura física e ambiental.

Foram apresentadas ações realizadas na área de políticas públicas voltadas para a gestão integrada de ecossistemas e subprojetos demonstrativos, os quais se caracterizam pela influência profunda e transformadora da qualidade de vida dos sertanejos em relação aos temas mais básicos e essenciais ao ser humano, como acesso a água potável, produção de alimentos e geração de renda sustentável.

9.500 famílias 

Para o diretor executivo da CAR, José Vivaldo, o projeto Mata Branca é um exemplo não só para a Bahia, mas todo o Nordeste. “A Bahia e o Ceará fizeram o esforço de execução e certamente teremos outros investimentos que darão continuidade à convivência com o semiárido, a geração de riqueza e o combate à pobreza, com a perspectiva da conservação, dentro dessa linha de que o homem no vermelho não constrói o verde”. 

O projeto está encerrando o seu ciclo de trabalho neste mês de outubro. De 2007 a 2013, o Mata Branca beneficiou mais de 9.500 famílias do semiárido com projetos como o de recuperação e preservação de áreas degradadas, construção de cisternas e barragens subterrâneas, hortas pedagógicas, manejo sustentável, beneficiamento de frutas nativas da caatinga, criação de galinha caipira, viveiros, quintais produtivos, criação de abelha sem ferrão, entre outros.

Segundo o coordenador do Mata Branca da Bahia, Cássio Biscarde, “o momento é apenas de agradecer a confiança depositada, aos parceiros no âmbito nacional e internacional que fizeram com que tudo isso acontecesse, aos beneficiários que são a razão desse projeto e aos técnicos que fizeram com que o Mata Branca fosse um grande sucesso”.

Gestão sustentável 

Um desses casos bem-sucedidos é o da beneficiária do projeto, Jaciaria Santos, que relata que antes de tomar conhecimento do projeto Mata Branca, a comunidade sofria com a falta de água, pela falta de um reservatório de água, por isso só se plantava em época de chuva e quando a seca chegava acabava com tudo. “Às vezes a gente não tinha nem o dinheiro para comprar a verdura. Agora já temos uma cisterna, telas, regador, adubo, sementes e uma horta produtiva, além de não precisar comprar, ainda temos a possibilidade de vender alguma coisa”.

O principal objetivo do projeto é contribuir para a preservação, conservação, uso e gestão sustentável da biodiversidade do Bioma Caatinga nos estados da Bahia e do Ceará, estabelecendo um ciclo eficaz entre as práticas integradas de gestão do ecossistema e a melhoria da qualidade de vida de seus habitantes. 

Na Bahia, o projeto integra as ações do Programa Vida Melhor, um conjunto de estratégias que busca incluir sócio-produtivamente, pelo trabalho decente, até 2015, pessoas em situação de pobreza e com potencial de trabalho, com vistas à sua emancipação.