Na semana em que completa 465 anos, Salvador consolida mais um momento histórico com a assinatura, nesta quinta-feira (27), da ordem de serviço para a construção de dois corredores transversais de tráfego. As obras vão ligar a Suburbana e a BR-324 à Orla Atlântica e melhorar a mobilidade urbana a partir da construção de viadutos e novos corredores de tráfego, com prazo de execução previsto de 36 meses e custo de R$ 1,3 bilhão. A solenidade de assinatura da ordem de serviço será realizada às 10h, no Centro de Convenções, em Salvador.

As obras vão se somar ao maior conjunto de intervenções de mobilidade urbana realizado na capital nas últimas três décadas. No passado, a abertura das avenidas de vale e a construção da Paralela propiciaram o crescimento da cidade. De 2007 para cá, a Via Expressa Baía de Todos os Santos, os complexos viários 2 de Julho e do Imbuí, o início de operação e a ampliação do metrô, entre outras grandes intervenções, vêm colaborar com a solução dos problemas não planejados, trazidos por este crescimento.

Para o secretário da Casa Civil, Rui Costa, responsável pela coordenação e acompanhamento das grandes obras realizadas pelo Governo do Estado, é realmente um período histórico para Salvador. “Somando-se o que já foi entregue ao que está sendo feito, são quase R$ 8 bilhões. Com os novos corredores, o miolo da cidade, formado por Cajazeiras, Pau da Lima e subúrbio, passa a ser incluído em quatro estações do metrô, melhorando a rapidez e a segurança no transporte da população”.

O secretário avalia que o conjunto de obras vai ter reflexo positivo no desenvolvimento econômico da capital. “Com mais rapidez no transporte, é menos tempo perdido de trabalho. Os corredores vão abrir oportunidades para a instalação de shoppings, escritórios de advocacia, clínicas médicas, serão empregos levados para Pau da Lima, Cajazeiras e subúrbio. Com o conjunto de obras, ganha o empresário, ganha o turista, mas ganha principalmente a população de uma área antigamente esquecida, que passa a ter conforto e oportunidades”.

Complexidade das obras

Segundo o diretor de obras estruturantes da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), Sérgio Silva, as obras são muito complexas. “As pistas existentes tanto na Gal Costa como na Orlando Gomes são simples. Nós vamos fazer pistas duplas, com três faixas por sentido, além de passeio, ciclovia e, no caso da Gal Costa, ainda tem toda a macrodrenagem do Rio Pituaçu. Vamos fazer um trabalho de comunicação e sinalização e interrupções parciais que vão contar com desvios e outras obras provisórias. Quem hoje transita pela Via Expressa entende que vale a dificuldade durante algum tempo para depois ter uma grande melhoria”.

Silva também falou que já foi iniciado um trabalho social preliminar de identificação dos imóveis que serão atingidos com as obras. “Algumas edificações estão na beira e sobre o Rio Pituaçu, ou seja, em locais onde não poderiam ter sido construídos. Vamos ter que remanejá-las e a ideia é inserir estas pessoas para os programas habitacionais do governo, inclusive o Minha Casa, Minha Vida, informou”.

Acesso do subúrbio ao metrô

Segundo o diretor de obras, sem os corredores transversais, as pessoas que moram na suburbana, em bairros como Periperi, Paripe, Ilha Amarela e Rio Sena, não teriam como utilizar o metrô. “O corredor vai estar a um quilômetro e meio da suburbana. Da suburbana para a estação Pirajá, será um quilômetro e meio. Todas as pessoas da suburbana que precisam ir para o Comércio, Calçada, Lapa, Rodoviária, Iguatemi, poderão ir até o Lobato, chegar à Estação Pirajá e, por meio do metrô, chegar ao seu destino. Ou seja, com os corredores, vamos dar a oportunidade de utilização do metrô a uma parcela da população que hoje, como está, não teria acesso”.