A Agência de Defesa Agropecuária (Adab), vinculada à Secretaria da Agricultura (Seagri), participou do workshop sobre o enfrentamento à situação de Emergência Fitossanitária para a fruticultura do Vale do São Francisco, nesta terça-feira (12), no auditório da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em Juazeiro.

O encontro teve o objetivo de discutir com os produtores a necessidade de adotar medidas fitossanitárias para o controle populacional das moscas-das-frutas (Ceratitis capitata) e, por meio da apresentação de iniciativas de sucesso em outras regiões do Brasil, propor caminhos para o enfrentamento da praga.

Organizado pela Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), Sebrae/BA e Moscamed Brasil, o evento reuniu cerca de 150 participantes, entre produtores rurais, extensionistas, responsáveis técnicos, profissionais de fiscalização agropecuária, distribuidores de insumos agrícolas, representantes de indústrias de insumos agrícolas e pesquisadores da região.

O diretor executivo da Moscamed Brasil, Jair Fernandes Virgínio, apresentou algumas demandas dos produtores, a exemplo do descarte de resto de frutas sem controle dos órgãos oficiais, a necessidade de autorizar produtos químicos e a implantação da Área de Proteção Fitossanitária do Vale do São Francisco, como forma de impedir a entrada de pragas nas lavouras da região e garantir sanidade da fruticultura.

Monitoramento

Durante o encontro, a Adab orientou os produtores sobre a necessidade de executar as ações para o monitoramento da praga, sendo proativos e fazendo a sua parte no combate às moscas-das-frutas, a exemplo do manejo cultural, com a realização periódica de podas de aeração; manutenção da área da propriedade limpa – sem a presença de frutos caídos no solo; catação de frutos em estágio avançado de maturação, com posterior destruição; medidas de exclusão, evitando o plantio ou manutenção de plantas hospedeiras desses insetos próximos às áreas de produção comercial de frutas; e controle biológico com a técnica do inseto estéril.

“Nosso papel é fiscalizar, mas o produtor precisa ter a consciência de executar as atividades em prol do desenvolvimento da produção na região. Digo sempre que fazemos defesa agropecuária para o produtor, mas principalmente com o produtor”, afirmou o diretor geral da Adab e presidente da SBDA, Paulo Emílio Torres.

Segundo ele, o não cumprimento das obrigatoriedades de controle levará ao descredenciamento do produtor do Programa de Controle de Moscas-das-Frutas, bem como o cancelamento do Registro do Pomar junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Plano emergencial

O secretario estadual da Agricultura, Jairo Carneiro, e o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres, se reuniram recentemente com o diretor executivo da Moscamed Brasil, Jair Fernandes Virginio, e o diretor do Instituto da Fruta do Vale do São Francisco (IFVSF), Ivan Pinto. Na ocasião, ele garantiu inicialmente o investimento de R$ 500 mil num plano emergencial, que envolve controle químico e monitoramento da praga.

Segundo Jair Virgínio, o plano terá a participação do governo de Pernambuco, que também deverá injetar recursos voltados para os agricultores familiares nas áreas dos perímetros irrigados do Vale do São Francisco. Com 45 mil hectares, 17 mil dos quais cultivados por 2.800 agricultores familiares, o Vale do São Francisco é responsável por 98% das exportações de uva e 92% das exportações de manga do país.