Para marcar simbolicamente o período de safra de frutas do Vale do São Francisco será lançada oficialmente a Safra de Frutas do Vale 2009/2010. O ato acontecerá na segunda-feira (28), durante visita, em Juazeiro, à Special Fruit, empresa referência que emprega mais de 1,8 mil pessoas, do secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Roberto Muniz, acompanhado de empresários da região, lideranças do setor e agentes financeiros.

A ideia dos organizadores é fazer um documentário sobre a importância desses agentes, mostrando os resultados do investimento e todas as etapas desse processo de colheita e embalagens.

Apesar das adversidades climáticas e da crise financeira internacional, os produtores do Vale do São Francisco estão otimistas com a safra 2009/2010, que deve atingir as marcas de 61 mil toneladas de uva e 78,9 mil toneladas de manga.

Essa atividade está gerando mais 72 mil empregos temporários entre setembro e a primeira quinzena de novembro, época em que ocorrem todos os processos de colheita, raleio – retirada da baga da uva, para padronização da fruta -, embalagens, câmara fria e despacho dos contêineres. A fruticultura irrigada do vale envolve um total de 240 mil pessoas, incluindo a produção de cana-de-açúcar.

Governo apoia fruticultores do Vale do São Francisco na luta contra a crise

O cenário promissor verificado hoje parecia impossível no final do ano passado, quando a crise na economia internacional afetou drasticamente e deixou os produtores do Vale do São Francisco endividados e sem recursos para custeio e investimentos, gerando desemprego e comprometendo a safra deste ano. Mas a ação do Governo da Bahia, através da Secretaria da Agricultura da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), junto aos agentes financeiros e ao governo federal, virou o jogo e criou as condições para vencer a crise.

Segundo o presidente da Câmara da Fruticultura de Juazeiro, Ivan Pinto da Costa, a realização da safra tornou-se possível graças à intervenção da Secretaria da Agricultura e a determinação dos empresários no processo de renegociação dos financiamentos junto ao Banco do Nordeste e ao Banco do Brasil, atuando de forma decisiva para solucionar as dificuldades impostas pela crise financeira mundial. “Em função dessas medidas, foi possível manter e aumentar o desempenho da fruticultura nordestina, possibilitando inclusive a manutenção de inúmeros postos de trabalho, diretos e indiretos”. Ele acrescenta que não foram apenas os fruticultores beneficiados, mas praticamente todas as atividades de negócios da região que dependem da fruticultura.

Irrigação proporciona 100% da safra de frutas frescas do Vale

O município de Juazeiro destaca-se como um dos principais centros de produção e exportação de frutas frescas do país. Todas as culturas são provenientes de áreas irrigadas, sendo as mais importantes a manga (Tommy, Haden, Palmer e Keith), a uva sem semente (Thompsom, Crimson, Festival) e com semente (Itália, Red globe e Benitaka), com duas colheitas anuais, além da goiaba (Paluma, Rica e Pêra), a banana (Pacovan e Prata anã) e o coco (Anão).

A fruticultura está presente em todas as regiões da Bahia, com polos consolidados e estruturados para exportação, a exemplo do submédio São Francisco (Juazeiro), extremo sul (Teixeira de Freitas), Livramento de Nossa Senhora e Itaberaba, e polos em desenvolvimento, como Barreiras, Bom Jesus da Lapa e nordeste da Bahia. Para apoio logístico, o Estado possui três portos marítimos, em Ilhéus, Aratu e Salvador, e o aeroporto internacional em Salvador.

A competitividade e a qualidade alcançadas pelo segmento no estado resultaram na sua crescente inserção no mercado internacional, atendendo aos mais novos padrões de qualidade, segurança alimentar e rastreabilidade expressos em diferentes processos de certificações de conformidade adotados pelos mercados mais exigentes do mundo, a exemplo da União Europeia, dos Estados Unidos e do Japão.

Considerando-se a ampliação de produção local de frutas voltadas para exportação, novos investimentos em irrigação e em casas de embalagem (Packing Houses), a sazonalidade da manga e a introdução na produção local de variedades de uvas sem semente, as perspectivas de incremento das exportações da fruticultura baiana tornam-se bastante promissoras.