O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), órgão da secretaria estadual de Cultura (Secult), responsável pela execução e fiscalização das obras do Programa Monumenta em Cachoeira, está finalizando o processo licitatório para a conclusão das obras de recuperação de imóveis que sediarão a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), na cidade. A abertura das propostas já acontece próximo dia 12, com entrega de documentação das empresas participantes da licitação pública.
De acordo com o diretor-geral do Ipac, arquiteto Frederico Mendonça, os imóveis a serem recuperados são de propriedade da prefeitura municipal de Cachoeira e ficam no quarteirão denominado Leite Alves, situado próximo à famosa ponte de ferro D. Pedro II, monumento tombado como patrimônio estadual desde 2002. No quarteirão mantinham-se em pé apenas as fachadas dos imóveis e alguns raros remanescentes de alvenarias das antigas edificações.
A previsão é que nesse quarteirão sejam instalados os cursos de Museologia, História e Comunicação da universidade. O projeto prevê a edificação de 23 salas de aula teóricas, quatro laboratórios, sala de vídeo, auditório para 254 lugares, galeria de arte no foyer, camarins e biblioteca. Uma área coberta de convivência, praça de alimentação, setores administrativos, dependências sanitárias e subestação de energia elétrica complementam a proposta.
Segundo o diretor geral do Ipac, o projeto arquitetônico prevê ambientes articulados por escadas, elevador, rampas e passarelas. Já o espaço central do quarteirão poderá ser descoberto, com ajardinamento e tratamento paisagístico. “Esse detalhe da arquitetura central ventilada poderá permitir a produção de um micro-clima interno nesse quarteirão, fundamental para uma cidade como Cachoeira, que apresenta graus elevados de temperatura a maior parte do ano”, relata Frederico Mendonça.
O Monumenta é um programa do Ministério da Cultura (Minc), que busca conjugar recuperação e preservação do patrimônio construído com desenvolvimento econômico e social em diversas cidades brasileiras tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artistico Nacional (Iphan). O programa conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e apoio da Unesco.
Além de Cachoeira, o Ipac trabalha com o Monumenta também na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, região central da Bahia, onde já estão em andamento as obras de urbanização da Avenida Nosso Senhor dos Passos. Em Salvador, o Monumenta é fiscalizado pela Conder/Sedur, responsável pela 7ª etapa de recuperação do Centro Histórico.
Cachoeira é a cidade brasileira que mais recebe recursos do Monumenta, atingindo no seu total, até o término do programa, a cifra de R$ 24 milhões em investimentos diretos.