Dezessete internas do Conjunto Penal Feminino, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, receberam, nesta sexta-feira (23), os certificados de conclusão dos cursos de cabeleireira (64 horas de aula) e artesanato (28 horas), com objetivo de qualificá-las para o mercado de trabalho ao terminarem de cumprir as penas. Promovidos pela Diretoria de Integração Social, vinculada à Superintendência de Ressocialização Sustentável da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização, os cursos são realizados em parceria com a Fundação Dom Avelar.

Das 17 formadas, sete concluíram o curso de cabeleireira; dez de artesanato e quatro das duas qualificações. "Para mim, é uma esperança que se acende, para quando eu estiver lá fora", declarou D.C.S.G, uma das alunas. No curso de cabeleireira, ela e suas companheiras aprenderam técnicas como trançagem de cabelo, alisamento, coloração e penteados afro. Em artesanato, o ensino incluiu confecção de agendas, bonecos de pano, ímãs de geladeira, pintura em tecido, entre outros. As concluintes receberam kits com xampu, condicionador, porta-moedas, cadernos, entre outros produtos.

A solenidade também foi marcada pela emoção dos parentes que prestigiaram a certificação, como a estudante F.J.M., de 28 anos, que não conseguia parar de chorar quanto entregou o diploma a sua irmã, detida por tráfico de drogas. "É uma oportunidade para quando ela sair daqui", resumiu. "É maravilhoso isso acontecer para ela", disse R.P.L, filha de outra interna, que compareceu ao evento com o filho, um bebê de dois meses.

Segundo a diretora da unidade, Luz Marina Silva, os cursos, além de preparar as internas para o mercado de trabalho, contribuem significativamente com melhorias de problemas emocionais, como depressão. "Elas ficam com a mente ocupada, acabam se sentindo estimuladas e esperançosas", contou. Para a superintendente de Ressocialização Sustentável, Alessandra Prado, os cursos de qualificação profissional ajudam na autoestima da internas.

"Vocês devem pensar sempre pra frente, na melhoria de suas vidas", afirmou o diretor de Integração Social, Hari Brust Filho. De acordo com ele, outros cursos serão promovidos não somente no Conjunto Penal Feminino, mas nas outras unidades do sistema prisional baiano.