Começou na terça-feira a 39ª Feira Internacional de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes (Francal), o maior evento de moda e negócios do setor em toda a América Latina e o melhor cenário para as relações comerciais com o mercado internacional. A expectativa para esta edição, que vai até amanhã (13), é superar a marca de 64 mil visitantes profissionais, registrada na edição de 2006, entre os representantes de todos os estados brasileiros e de mais de 100 países.

A feira está sendo realizada nos 70 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo (SP), e reúne mais de mil expositores numa área de montagem de estandes de 46 mil metros quadrados. Cinco empresas baianas participam, num estande de 168 metros quadrados da Bahia: Keep Naipe, Lovely, Classe Couro e LPM (produtoras de artefatos de couro) e a Vilhena (acessórios de moda).

Organizada pela Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), com o apoio do Promo – Centro Internacional de Negócios da Bahia, a participação da Bahia visa estreitar o relacionamento dos produtores com os lojistas de todo o país e aproximar os produtos baianos de importadores de todos os continentes, em busca da abertura de novos mercados e fortalecimento do setor no estado.

Consolidada como a mais internacional feira do continente americano, por receber a visita de um grande volume de compradores estrangeiros em busca de qualidade e do design brasileiro, a Francal vem há quase 40 anos implementando ações para promover a indústria no cenário nacional e no mercado externo.

O encontro provoca nos fabricantes a necessidade constante de reciclagem nas linhas de produção, investimento em tecnologia e pesquisa para inovação. Esses fatores potencializam a qualificação do setor, beneficiando o mercado interno, gerando empregos e promovendo a moda brasileira pelo mundo.

Os negócios realizados na Francal correspondem de três a quatro meses de produção para as empresas expositoras, considerando que o segundo semestre representa um acréscimo de 30 a 40% nos negócios da indústria calçadista brasileira, se comparado com os seis meses iniciais. Neste período, predominam as coleções primavera-verão, que, num clima tropical como o do Brasil, ocupam as vitrines por oito a nove meses seguidos.

Bahia x Brasil

O Brasil exportou em 2006 cerca de US$ 2 bilhões em calçados, tendo como principais destinos Estados Unidos (43,6%), Reino Unido (10,2%), Argentina (6,5%) e Alemanha (3,9%). Dados do Promo informam que este ano o setor calçadista brasileiro já apresentou um crescimento relativo de 4% no primeiro semestre (US$ 998 milhões exportados), comparado a igual período de 2006. A participação do estado na pauta de exportações do setor foi de 3,2% no ano passado, atingindo US$ 62,5 milhões.

Segundo o superintendente do Promo, Ricardo Saback, considerando que há 10 anos as exportações baianas deste segmento eram praticamente nulas (apenas US$ 1 mil em 1996), a implantação do setor calçadista no estado foi um importante marco de desenvolvimento econômico, “abrindo novas oportunidades de negócio e aumentando o leque das relações comerciais com os mercados externos”.

Hoje, os principais destinos dos produtos baianos neste setor são Argentina (US$ 17,5 milhões), Estados Unidos (US$ 6,3 milhões) e Reino Unido e Chile (US$ 5 e US$ 4,5 milhões, respectivamente).

No primeiro semestre deste ano, o estado já exportou US$ 38 milhões em calçados, chegando a um crescimento de 23,7% em relação ao mesmo período de 2006. Esses dados evidenciam o grande potencial da Bahia no setor, que apresentou um crescimento quase seis vezes maior do que o Brasil em exportações de calçados, comparando o primeiro semestre de 2006 e 2007.