A Bahia bateu recorde histórico em exportações no mês de junho, ao alcançar a marca de US$ 1,050 bilhão, valor 45,9% superior às receitas do mesmo período de 2010. Este desempenho contribuiu para que Salvador fosse escolhida para sediar a próxima edição do Encontro de Comércio Exterior (Encomex), que acontece nos dias 3 e 4 de agosto, no Centro de Convenções.

Em entrevista coletiva, nesta sexta-feira (15), no auditório do Sebrae, em Salvador, a secretária de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Prazeres, disse que a Bahia tem demonstrado dinamismo no comércio exterior. “É uma satisfação trazer para cá esse novo formato do Encomex. Queremos dar informações necessárias para que empresários que já exportam possam ampliar seus negócios. Também queremos estimular os que ainda não exportam”.

O secretário estadual da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, o superintendente do Sebrae/BA, Edival Passos, e o superintendente de desenvolvimento da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), João Batista Coelho, também participaram da coletiva.

A secretária do MDIC apresentou os principais dados da balança comercial baiana e brasileira. Entre os produtos que lideraram a lista de exportação de janeiro a junho deste ano, destacam-se naftas, minério de cobre, automóveis, veículos de carga, óleo de palmiste, cloreto de potássio, trigo em grão, petróleo em bruto, borracha natural e adubos e fertilizantes. Os países que mais importam os produtos baianos são os da América Latina e Caribe, Ásia, África e União Europeia.

O Boticário na Bahia

James Correia informou que a indústria de perfumes e cosméticos O Boticário escolheu a Bahia para instalar uma fábrica. “Temos setores exportadores que estão recebendo atenção especial, como o de papel e celulose, o automotivo e o petroquímico, onde o Estado concedeu mais de R$ 800 milhões em créditos de ICMS, estimulando em muito novos investimentos e a retomada do seu crescimento. Também aumentamos as exportações na área de mineração”.

O secretário disse que a realização do Encomex em Salvador, mais do que reconhecer, pode estimular novos empresários a ampliar os negócios e começar a exportar. “O governo da Bahia tem um escritório de representação na China, com profissionais especializados, para fechar negócios de forma mais ágil. Nosso desafio agora é fazer com que micro e pequenas empresas invistam na estruturação das suas áreas de exportação. Nesse sentido, eventos como o Encomex são importantes para dar essa largada”. O comércio eletrônico também estará entre os assuntos que devem ser abordados no encontro.

Combate às exportações desleais e ilegais

Para manter o crescimento das exportações, além de eventos como o Encomex, o governo federal tem desenvolvido ações para evitar e combater as exportações desleais e ilegais ao Brasil, a exemplo do dumping, que é uma ameaça à indústria baiana e nacional, porque oferece produtos abaixo dos preços de mercado, causando um impacto negativo em setores como o calçadista, por exemplo. “O governo federal já aplicou um direito anti dumping contra a importação de calçados chineses. Estamos investigando se há triangulação, que seria a importação de peças e componentes para serem montados no Brasil”, declarou Tatiana Prazeres.

Publicada às 11h45
Atualizada às 15h