O 2º Encontro Estadual de Gestores Municipais do Topa reuniu nesta segunda-feira (11) gestores das 258 prefeituras que aderiram à quarta etapa do programa Todos pela Alfabetização. No evento, realizado no Hotel Vila Mar, em Amaralina (Salvador), os representantes municipais apresentaram as dificuldades e avanços no desenvolvimento das ações, receberam informações sobre a estrutura e o funcionamento do Topa, socializaram informações das ações do programa e discutiram o papel das prefeituras.

O secretário estadual da Educação, Osvaldo Barreto, disse que o Topa é um dos programas prioritários do governo para o resgate de uma dívida histórica com parte da população que não teve oportunidade de se alfabetizar na idade certa. “A preocupação da secretaria, quando convoca os gestores dos municípios para conversar neste seminário, é garantir uma boa execução do Topa, passar as diretrizes, dialogar com essas pessoas para saber das dificuldades que elas estão encontrando e demonstrar a gestão financeira do programa”.

Laura dos Santos, coordenadora do Topa em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), afirmou que o município tinha um déficit muito grande de alfabetização, pois os jovens e adultos da região se preocupam muito com a parte profissional, na área industrial, e acabam deixando a educação de lado.

“O Topa veio resgatar a vontade de crescer na empresa e enriquecer a vida dessas pessoas. Além disso, temos as mulheres que querem ser profissionais, e o Topa vem ajudá-las a realizar esse sonho e conseguir um trabalho”, declarou Laura. Segundo ela, nas três primeiras etapas já foram alfabetizadas cerca de três mil pessoas em Simões Filho e, nesta quarta, outras 1.125 estão matriculadas.

Ketsman de Matos Brito é representante da Prefeitura de Coronel João Sá, município do Semi-Árido Nordeste II que tem no extrativismo da pedra a base da sua economia e detinha um dos maiores índices de analfabetismo da Bahia. “O Topa é muito importante para a gente. Conseguimos diminuir os índices de analfabetismo, mas ainda precisamos de suporte, por causa da falta de transporte e, em algumas localidades, de energia elétrica”.

Hoje, há 23 turmas do programa no município, de acordo com Ketsman, com 250 alunos matriculados. “E nós damos continuidade. Quando os alunos se formam, os encaminhamos para o programa Educação de Jovens e Adultos”. O EJA é uma modalidade da educação básica que garante a jovens e adultos a partir de 18 anos o direito à formação e assegura a eles a permanência e a continuidade dos estudos.

Fortalecimento

A coordenadora do Topa, Francisca Elenir Alves, declarou que este encontro tem caráter educativo e de formação. “A ideia é cada vez mais fortalecer e qualificar o programa e uma das coisas que têm a ver com a qualidade é este monitoramento”.

Elenir disse que será observado no encontro qual o perfil do alfabetizador e do coordenador de turma, como o coordenador está fazendo o planejamento para os seus alfabetizadores, como estão a estrutura da sala de aula e o funcionamento do programa na sua qualidade pedagógica. “Quem sai ganhando são os alfabetizandos, trabalhadores e trabalhadoras que estão matriculados”.

Para a coordenadora, a parceria com as prefeituras é fundamental, pois possibilita, por exemplo, que sejam respeitadas as especificidades de cada lugar. “Onde há a cultura do cravo, em determinada época, durante dois meses, não é possível fazer a alfabetização, porque estão todos envolvidos com a atividade”.

E afirmou que nesta quarta etapa estão matriculados 256 mil alunos – nas três anteriores foram alfabetizadas 751 mil pessoas. “Mesmo havendo 258 municípios inscritos, o programa alcança 366 cidades, uma vez que em algumas regiões onde a prefeitura não aderiu ao Topa os movimentos sociais e sindicais se encarregam da iniciativa”.